Pandemia em mim

Foto: Márcio Leitão

O gesto que vaza de nós

ou para nós

e o movimento

que esgarça o céu

viram, em alguns momentos, pó

neuronal

Grãos que se grudam a axonios

e dendritos no fundo

do fundo de nós.

Quando algo ou alguém

espana a ventania

ou sacode o azul

surgem nuvens de poeira

embrulhando medos

mais quietos.

Como não há aspirador

ou desifentantes para mentes

e tempestades

talvez o melhor a fazer

é deixar o vento guiar as nuvens

e a dor

na tentativa

de desfazer os nós.

Márcio Leitão

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