O gesto que vaza de nós
ou para nós
e o movimento
que esgarça o céu
viram, em alguns momentos, pó
neuronal
Grãos que se grudam a axonios
e dendritos no fundo
do fundo de nós.
Quando algo ou alguém
espana a ventania
ou sacode o azul
surgem nuvens de poeira
embrulhando medos
mais quietos.
Como não há aspirador
ou desifentantes para mentes
e tempestades
talvez o melhor a fazer
é deixar o vento guiar as nuvens
e a dor
na tentativa
de desfazer os nós.
Márcio Leitão