É o meio da noite, me levanto
O peito dói, terrível sensação
De algo me empurrando para o canto
E eu indo em nenhuma direção.
Algo que não fiz, e já é tarde
Tarde demais para começar
Meu cérebro explode, alarde
Sinto algo de podre no ar.
Minha vida presa, represada
Nem alegre nem triste, sou estranho
Na derrota não perco nada
Mas, na vitória, também não ganho
É uma voz surda que me cala
E fala baixinho ao coração:
Que a vida é o vazio, o zero, a vala
E que vou morrer de solidão.
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