
Arte de Elizabeth Carmel
doar-se a quem não lhe sorve as lágrimas nos dias
e noites de chuva – por haver água do lado de fora
um nevoeiro sobre o curto intervalo entre as casas
uma porta sempre aberta para passos incompletos
rente ao piso inundado num escoamento obstruído
a falta corporal do abraço do tronco quente e seco
fraterno em minha pele tão consumida pela espera
as mãos fecham a noite em vinho e grãos murchos
a casa limpa reluz as noites do que poderia ter sido
(Amanda Vital)